Diagnosticando TDAH em crianças

Ao diagnosticar TDAH, alguns sintomas são mais óbvios do que outros. Mas mesmo que seu filho esteja pendurado no lustre, seu médico deve seguir este protocolo ao avaliá-lo para transtorno de déficit de atenção — e outras condições comumente sobrepostas ou diagnosticadas incorretamente.

Como diagnosticar o TDAH?

Não há um teste de diagnóstico único e definitivo para transtorno de déficit de atenção ( TDAH ou DDA ) — nenhuma análise de sangue, nenhuma tomografia cerebral, nenhuma triagem genética. Um diagnóstico de TDAH não é uma tarefa rápida ou simples. Além disso, os médicos variam em suas habilidades para diagnosticar e tratar o transtorno, então é fácil cair em becos sem saída antes de obter a avaliação e o prognóstico corretos.

A boa notícia: se você abordar o diagnóstico de TDAH passo a passo, poderá evitar algumas armadilhas comuns e controlar os sintomas do TDAH de forma mais suave e com menos frustrações ao longo do caminho.

Como saber se seu filho tem TDAH?

Muitas vezes, o diagnóstico de TDAH começa com um momento de “Aha”, quando você percebe que os problemas do seu filho podem ser causados ​​por um distúrbio biológico como o TDAH.

Para os pais, esse momento Aha pode vir quando um professor liga para relatar que uma criança está perturbando a sala de aula ou ficando para trás academicamente. Os adultos podem descobrir que estão preocupados em perder o emprego depois de chegarem consistentemente atrasados ​​ao trabalho e frequentemente perderem prazos ou reuniões.

Seja lá o que for que desencadeie seu momento “Aha”, procure ajuda imediatamente. Sem um diagnóstico rápido, indivíduos com TDAH tendem a ser rotulados de “preguiçosos”, “descuidados” ou pior. Esses rótulos minam a autoestima e podem levar a anos de baixo desempenho e turbulência familiar.

Acima de tudo, não entre em pânico. Com tratamento apropriado, pessoas com TDAH se saem bem. E não se esqueça: TDAH é sobre biologia e neurologia; não é culpa sua de forma alguma.

Como uma criança é diagnosticada com TDAH?

A maioria das pessoas segue um momento “Aha” com uma consulta com um pediatra ou clínico geral. Isso faz sentido, mas antes de concordar com o tratamento, “pergunte quantos outros casos de TDAH o médico tratou e quais foram os planos e resultados”, diz Russell Barkley, Ph.D. , professor clínico de psiquiatria e pediatria na Medical University of South Carolina. Se o médico lidou com apenas alguns casos, pode ser melhor consultar um especialista — pediatra do desenvolvimento, psiquiatra ou psicólogo — que tenha experiência significativa com TDAH.

Como regra, a maioria dos clínicos gerais não é treinada nas idiossincrasias do TDAH e suas condições sobrepostas, ou não está equipada para realizar a avaliação aprofundada necessária. Um motivo é o tempo. Pode levar várias horas de conversa, realização de testes e análise para diagnosticar alguém com TDAH. A maioria dos clínicos gerais não pode dar a você ou ao seu filho tanta atenção em uma clínica movimentada.

“Independentemente de quão experiente seu [médico] seja”, diz Barkley, “você deve considerar fortemente um especialista médico se o TDAH [seu ou] do seu filho for acompanhado por outro transtorno diagnosticado, como comportamento de oposição, ansiedade, ou se houver problemas urgentes envolvidos”. Profissionais treinados no diagnóstico de TDAH rotineiramente fazem exames para esses problemas.

Seu médico de família ou seguradora de saúde provavelmente pode encaminhá-lo a um especialista qualificado em TDAH . Se não, entre em contato com seu capítulo local de Crianças e Adultos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade ( CHADD ).

Como os médicos diagnosticam o TDAH em crianças

Ao fazer um diagnóstico preciso, seu médico primeiro desejará determinar se você ou seu filho tem os sintomas de TDAH listados no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – Quinta Edição (DSM-V) .

De acordo com as últimas diretrizes do DSM-V 1 , para ser diagnosticado com TDAH, um paciente deve demonstrar pelo menos seis dos nove sintomas de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade antes dos 12 anos. Além disso, esses sintomas devem prejudicar o funcionamento da pessoa em mais de um ambiente — casa, escola ou trabalho.

Embora o DSM-V descreva os princípios básicos para um diagnóstico de TDAH, há muito mais para um diagnóstico preciso. Além de revisar esses critérios, os médicos conduzirão uma entrevista clínica completa usando uma escala de classificação de TDAH padronizada . Um teste de triagem também é frequentemente administrado para descartar condições coexistentes comuns, como transtornos de aprendizagem , ansiedade, autismo e transtornos de humor .

Diagnosticar um adulto é mais complicado do que diagnosticar uma criança. O guia de sintomas do DSM-V é realmente inválido para adultos; quase todos os seus critérios são voltados para o diagnóstico de crianças. Um diagnóstico de TDAH na idade adulta surge apenas de uma entrevista clínica cuidadosa conduzida por um especialista em TDAH que leva seu tempo com a avaliação.

Seu médico entrevistará você e alguém que o conhece bem — seu cônjuge, um irmão ou seus pais. Ele pode ou não usar listas de verificação projetadas para identificar sintomas de TDAH adulto . O médico usará a entrevista do paciente para determinar quais testes, se houver, podem descartar outras condições que podem estar causando os sintomas.

“A entrevista clínica é o cerne de qualquer avaliação”, diz Thomas E. Brown, Ph.D. , professor clínico assistente de psiquiatria na Escola de Medicina da Universidade de Yale e diretor associado da Clínica de Atenção e Distúrbios Relacionados de Yale. “Quanto mais informações de diferentes fontes, melhor. Muitos adultos vêm para uma consulta sozinhos, mas é útil vir com um cônjuge, irmão ou amigo próximo.”

Sintomas de TDAH em crianças: uma lista de verificação de avaliação

1. TEMPO:  Uma consulta inicial pode variar de 45 minutos a duas horas ou mais. Esse tempo deve ser gasto com o paciente (assim como com os pais quando o paciente é uma criança) procurando por  sinais de TDAH e outras explicações possíveis para os sintomas. Seu médico também pode providenciar testes de inteligência ou testes de recuperação de memória.
2. PAPELADA:  Espere preencher questionários, listas de verificação e/ou escalas de classificação de TDAH. Professores e cuidadores também serão solicitados a preenchê-los. Quanto mais informações, maior a probabilidade de você receber um diagnóstico preciso .
3. EXAME FÍSICO:  Deve incluir triagem para problemas de audição e visão para descartar causas físicas dos sintomas.
4. HISTÓRICO SOCIAL:  Você se mudou muito? Você tem dificuldades financeiras? Há algum membro da família que esteja doente? Esses e outros fatores podem deixar um indivíduo, especialmente uma criança pequena, ansioso — e podem causar comportamento que imita o TDAH.
5. HISTÓRICO FAMILIAR:  O TDAH é hereditário, então espere que o médico faça perguntas sobre a sua saúde mental ou a dos seus pais e/ou parceiro. “Se nenhum dos pais tem TDAH, então o TDAH cai para o fim da lista”, diz Dodson. “Se um dos pais tem TDAH, há 50% de chance de que a criança também tenha. Se ambos os pais têm TDAH, isso é um grande contribuinte para o comportamento [do indivíduo].”
6. HISTÓRICO DE SINTOMAS:  Uma criança tem que exibir pelo menos seis dos nove  sintomas de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade  antes dos 12 anos para ser diagnosticada com TDAH. Para adultos, os clínicos frequentemente alteram os critérios do DSM-V , uma vez que ele é realmente projetado para diagnosticar crianças. Além disso, os sintomas devem ser exibidos em mais de um ambiente (escola, casa, trabalho), a um ponto em que os sintomas afetem o funcionamento normal.

Harold Meyer , diretor do capítulo de Nova York do CHADD , oferece estas dicas de diagnóstico:

1. Seja específico ao descrever seus problemas. Descubra quais preocupações você quer abordar em sua consulta. Por exemplo: “No trabalho, percebo que não consigo me concentrar em tarefas ou concluir projetos.” “Não consigo encontrar nada em casa.” “Meu filho está sempre perdendo brinquedos e dever de casa.”
2. Considere sua posição sobre medicamentos antes da consulta. Se você se opõe a tomar medicamentos, declare sua filosofia logo de cara e pergunte ao seu médico se ele pode recomendar outras opções de tratamento. A medicação é inteiramente sua — se o seu médico insistir em prescrever uma receita apesar da sua aversão a medicamentos, não tenha medo de consultar outra pessoa! Então, se você decidiu pela medicação, lembre-se de que o processo de prescrição e dosagem varia de acordo com cada indivíduo. É provável que você precise experimentar mais de uma marca e experimentar dosagens diferentes para encontrar a certa para você.
3. Peça ao médico para falar sobre opções de medicamentos. Você quer alguém que não apenas escreva uma receita, mas que também discuta o diagnóstico e o processo de tratamento em detalhes. As seguintes perguntas devem ser abordadas: Quais medicamentos estão sendo considerados? Por que começar com um medicamento específico? O que você pode esperar que aconteça? Como você deve avaliar o efeito do medicamento?
4. Discuta o acompanhamento. Seu médico deve traçar um curso de ação, incluindo tratamento e consultas de acompanhamento. Certifique-se de que ele ou ela esteja acessível. Você precisará falar frequentemente ao telefone nas semanas seguintes ao diagnóstico enquanto trabalha para encontrar a dosagem correta do medicamento. Seu médico estará disponível? Ele ou ela cobrará pela consulta? Ele ou ela prescreverá recargas de medicamentos por telefone ou você precisa ir ao consultório toda vez que estiver com pouco?
5. Aprenda sobre alternativas à medicação . Descubra sobre terapias comportamentais e modificações que você pode tentar. Seu médico pode trabalhar com você nisso? Seu médico é simpático ao tratamento não médico? Você pode se beneficiar de um encaminhamento a um psicólogo que pode oferecer ajuda comportamental, como maneiras de lidar com problemas no trabalho, técnicas de gerenciamento de tempo e assim por diante.
6. Pergunte se ele se encontrará com sua família. Um diagnóstico de TDAH afeta aqueles com quem você vive. Outros na sua vida ou na vida do seu filho precisam aprender sobre a condição e como ela será administrada.

Com que rapidez o TDAH é diagnosticado?

Neste ponto, a maioria das pessoas está morrendo de vontade de saber: “Meu filho tem TDAH?” ou “Eu tenho TDAH?” Mas não espere uma resposta da noite para o dia. O processo de diagnóstico normalmente leva pelo menos uma ou duas semanas.

Se você estiver esperando um diagnóstico para seu filho, informe os professores do seu filho e quaisquer outros funcionários da escola que seu filho está sendo avaliado para TDAH. Peça uma reunião com o psicólogo da escola ou professor de educação especial para discutir a avaliação de seu filho para deficiências de aprendizagem (que afetam de 30 a 50 por cento das crianças com TDAH).

Se a sua escola não puder ou não quiser administrar os testes apropriados, você poderá realizá-los com um psicólogo educacional particular — normalmente a um custo de várias centenas de dólares ou mais.